GEORGE CARLIN
George Denis Patrick Carlin
*Nova Iorque, 12 de maio de 1937
+Santa Monica, 22 de junho de 2008
Foi um humorista, comediante
dos anos 70 e 80, conhecido pelo seu humor negro assim como seus pensamentos
sobre política, psicologia, religião e vários temas tabus, não é surpresa que pudesse
escrever algo tão eloquente:
O paradoxo do nosso tempo é
que temos edifícios mais altos e temperamentos mais reduzidos, estradas mais
largas e pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais, mas temos menos,
compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores e
famílias menores, mais conforto e menos tempo.
Temos mais graduações acadêmicas,
mas menos sentimentos comuns, maior conhecimento, mas menor capacidade de
julgamento.
Mais peritos, mas mais problemas,
melhor medicina, mas menor bem-estar.
Bebemos demasiado, fumamos
demasiado, desperdiçamos demasiado, rimos muito pouco.
Movemo-nos muito rápido, nos
irritamos demasiado.
Mantemo-nos muito tempo acordados,
amanhecemos cansados.
Lemos muito pouco, vemos
televisão demais e oramos raramente.
Multiplicamos o nosso patrimônio,
mas reduzimos os nossos valores.
Falamos demasiado, amamos
demasiado pouco e odiamos muito frequentemente.
Aprendemos a ganhar a vida,
mas não a vivê-la.
Adicionamos anos às nossas
vidas, não vida aos nossos anos.
Conseguimos ir à lua e
voltar, mas temos dificuldade em cruzar a rua para conhecer um novo vizinho.
Conquistamos o espaço
exterior, mas não o interior.
Temos feito grandes coisas,
mas nem por isso melhores.
Limpamos o ar, mas
contaminamos a nossa alma.
Conquistamos o átomo, mas
não os nossos preconceitos.
Escrevemos mais, mas
aprendemos menos.
Planejamos mais, mas
desfrutamos menos.
Aprendemos a apressar-nos,
mas não a esperar.
Produzimos computadores que
podem processar mais informações e difundi-las, mas nos comunicamos cada vez
menos e menos.
Estamos no tempo das comidas
rápidas e digestões lentas.
Homens de grande estatura e
de pequeno carácter, de enormes ganhos econômicos e relações humanas superficiais.
Hoje em dia, há dois
ordenados, mas mais divórcios, casas mais luxuosas, mas lares desfeitos.
São tempos de viagens
rápidos, fraldas descartáveis, moral descartável, encontros de uma noite,
corpos obesos, e pílulas que fazem tudo, desde alegrar e acalmar, até matar.
São tempos em que há muito
na vitrine e muito pouco no armazém.
Tempos em que a tecnologia
pode fazer-te chegar esta carta, e em que tu podes optar por partilhar estas
reflexões ou simplesmente excluí-las.
Lembra-te de passar algum
tempo com os teus entes queridos, porque eles não estarão aqui para sempre.
Lembra-te de ser amável com
quem agora te admira, porque essa pessoa crescerá muito rapidamente e se
afastará de ti.
Lembra-te
de abraçar quem está perto de ti, porque
esse é o único tesouro que podes dar com
o coração, sem que te custe nem um centavo.
Lembra-te
de dizer “te amo” ao teu companheiro e aos teus entes queridos, mas, sobretudo,
diga com sinceridade.
Um
beijo e um abraço podem curar uma ferida, quando se dão com toda a alma.
Dedica
tempo para amar e para conversar, e partilha as tuas idéias mais apreciadas.
E
nunca esqueças:
A vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas pelos extraordinários momentos que passamos juntos.
(Mensagem recebida por e-mail, em pps)
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